9 de agosto de 2010

Eu era cego, agora vejo.

Leitura em João 9.

Neste domingo de dia dos pais, tivemos uma bela reflexão sobre a cura do cego. Foi feita uma reflexão sob a situação do cego e suas implicações em nossas vidas. Ou seja, o homem era cego, foi curado por Jesus, sua cura foi questionada pelos seus amigos, pelos judeus, fariseus e até mesmo seus pais se omitiram a respeito do fato dele ter sido cego e estar curado. Uns não acreditavam na cura, outros que nem mesmo ele tivesse sido cego de fato, outros preferiram se omitir para não ficar mal na foto com a religião oficial.

A acusação era simples: só Deus poderia operar milagres e se Jesus realmente tinha operado aquele milagre, então era Deus, mas como a cura se deu em um sábado, Jesus seria um pecador, pois era pecado até mesmo fazer o bem a alguém em dia de sábado, conforme o ensino dos fariseus (aquele pessoal que adorava ficar farejando Jesus para encontrar Nele algum erro).

Ai se instaurou uma grande CPI para apurar/atestar o milagre, se Jesus era Deus, se o homem realmente era cego, se Jesus era pecador.

Neste momento Jesus praticamente sai de cena. O que era cego ao abrir os olhos não vê quem o curou, mas passou a ver a vida com outros olhos, os do coração. E sendo argüido pelos fariseus & Cia, disse: olha eu não sei quem ele é, se é pecador ou não, só sei de uma coisa, eu era cego e agora vejo. Vós não sabeis de onde Ele vem, e mesmo assim, abriu-me os olhos. E vocês sabem que Deus não atende a pecadores, mas a todo crente sincero e a todo que faz a sua vontade, a esse Ele atende.

É simples assim. Jesus cura, abre tanto os olhos que nos possibilitam interagir com o mundo, como também nos abre os olhos do coração, de onde podemos realmente enxergar a vida como uma dádiva de Deus, pois há quem enxergue com seus olhos carnais, mas não consegue ver a Deus com seu coração, a vida como um dom, ficando duas vezes mais cego.

O resultado do inquérito religioso foi que aquele homem foi expulso da comunidade, algo que seria horrível naqueles dias, pois deixaria de desfrutar do convívio que ali tinha, tornando-se um ser mais a margem daquela sociedade, mais ainda de que quando era cego.

Porém a sabedoria de Deus é loucura para os homens. Jesus acolheu o ex-cego e rejeitado, pois ele não cabia mais dentro daquele sistema.

Assim caminha a religião. Se o milagre não acontecer dentro de sua esfera de poder, não pode ser milagre, não pode ser de Deus, não serve mais.

Porém no evangelho é assim: os cegos vêem e os que dizem que vêem são os verdadeiros cegos na vida. Jesus não veio para chamar os que se acham sãos, mas os doentes para serem curados, sendo que isso é um processo continuo a medida que caminhamos com Cristo, onde Ele vai nos curando de muitas outras coisas, pois não há um justo, nem um sequer. Deste modo Ele nos cura de nossa total incapacidade de enxergarmos de dentro para fora, de enxergarmos a si mesmos, de que quando julgo o cego sou eu e não o outro, de que Deus não está preso a religião alguma. Ele tem vida própria.

Assim o convite é este: Vinda a Mim como estás e Eu vos aliviarei.

(Inspirado na mensagem deixada pelo nosso irmão e amigo Naor. É claro que teria muito mais para dizer aqui, mas por aqui fico. Vem & Vê. Paz e bem sobre a sua vida).

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