Recentemente conversando com uma pessoa sobre o evangelho, eu questionei um certo programa de TV, na madrugada, onde os apresentadores de tal programa religioso, mostravam as riquezas possíveis ao homem. É gente andando em carro importado, fotos de mansões, gente bem produzida, demonstrando um estilo de vida bem diferente do que a maioria de nós vivemos. Ai segue-se a chamada de um tal congresso empresarial, outra hora é um tal manto da riqueza que quem toca nele terá seus problemas financeiros solucionados. É a tal teologia/doutrina da prosperidade, que é nada menos que um sub-evangelho, ou o “evangelho de aparências e formas” ou ainda o “evangelho para fora” e não o do coração. Mas assuste-se, essa pessoa com quem conversava me disse que quando as pessoas vão a essa igreja ai eles explicam para a pessoa que o negócio não é bem assim. Ai falam de Jesus, plano de salvação e por fim dizem que a pessoa só deve dar sua oferta se tiver fé.
Nesse ponto questionei qual era o método de Jesus. Ela calou-se. Disse a ela que nunca li nos evangelhos que Jesus usasse algum artifício para atrair as pessoas.
Quando Ele realizava os milagres, eram para demonstrar o amor de Deus pelos homens frente a todo despeito e falta de amor ao próximo demonstrado pelos fariseus, ora curando a alma das enfermidades do pecado, ora curando das enfermidades do corpo. Veja que sempre em tais situações Ele era movido por íntima compaixão. Quando Ele viu que as multidões o seguiam as advertiu de que era somente por Ele ter multiplicado os pães e saciado a fome deles e não por terem crido nEle. Jesus não usava os métodos religiosos que costumamos ver. Não para atrair pessoas a si mesmo, mas para demonstrar amor. E não eram métodos, mas manifestações da graça de Deus aos homens.
Então qual era o método de Jesus. Ele não tinha métodos. Ela tinha uma mensagem: Arrependei-vos, pois é chegado o reino de Deus. E advertiu-nos a que não andemos ansiosos por coisa alguma, pois o Pai cuida de nós. Na Sua mensagem o mandamento era para amarmos ao Pai acima de todas as coisas e com todas as nossas forças e ao nosso próximo como a nós mesmos.
Então porque a religião insiste em métodos. A resposta é simples. Eles também não creram e para atraírem as multidões tem que lhes prometer esse mundo de riquezas e outras coisas onde a traça e a ferrugem corroem. Eles não aprenderam a acumular riquezas no céu onde o depósito é bem guardado das corrosões daqui deste mundo. Enquanto isso o interior dessas pessoas que aceitam tais métodos continuam cheios de rapina, sepulcros caiados. Limpos por fora, mas por dentro cheios de toda sujeira de ciúmes, contendas, ódios, intrigas, preconceitos, onde o ser humano é apenas um degrau a ser superado (lê-se pisado) na escalada de se conseguir o que se deseja. Sua fé reside puramente nos benefícios financeiros alcançados pela “fé” e não em um relacionamento de amor com o Pai e com o próximo, fruto de um arrependimento sincero e transformador. Esquecem-se ou nunca leram ou nem foram informados acerca dos dez leprosos. Os dez tiveram fé, nove deles creram e foram curados de sua lepra exterior, mas a da alma corroia como um câncer. Apenas um, que tendo sido curado, voltou para agradecer e receber a cura da alma. Jesus nos cura tanto no físico como no espírito. Porém poucos estão dispostos a receberem a cura da alma e serem novas criaturas, pessoas renovadas e prontas para ver a vida com outros olhos, com olhos do bem e que iluminam todo o corpo.
Alegrai-vos por vossos nomes estarem escritos no Livro da Vida e não pelos demônios que se vos submetem, nos disse Jesus. Os sinais seguirão aos que crêem e não os que crêem devem seguir os sinais. Ou acabarão caindo em grande erro. As pessoas estão desesperadas. Se disserem que Jesus está ali, correm para lá, se disserem que está acolá vão para lá. Se disserem que tem em determinado lugar um fulano de tal com poderes miraculosos, todos fluem ao seu encontro. Todos querem sinais e nenhum sinal mais será dado a não ser o do profeta Jonas, afinal os sinais seguirão aos que crêem.
Devemos nos alegrar e ter como motivação que na cruz foi tudo consumado e vivermos em paz com Deus, sabendo que Ele é agora nosso Pai e Jesus o nosso irmão mais velho, amigo e advogado das nossas vidas e que cuida de nós como a galinha cuida dos seus pintinhos.
Ir. Délio
09/02/2008.
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