15 de julho de 2007

A Carta aos gálatas e o caminho


Tenho ultimamente meditado e compartilhado sobre a carta de Paulo aos gálatas. Ela é a carta de Paulo a uma comunidade a beira de um colapso, e de um naufrágio na fé remando contra a natureza corrupta usando os remos da lei.Quanta insensatez!. Da graça decaíste vós que procurais se justificar na lei, é o que disse paulo. Então, pude perceber com clareza o que Paulo queria dizer :

A graça é a linha divisória entre a entrega ao chamado de Deus e a arrogância de achar-se chamado por Deus

A graça é o que divide a obediência por fé e a obediência por medo.

A graça é a boa nova , a lei é a velha-caduca-noticia da tentativa de ligar-se a Deus pela via da justiça-propria tão comum na religião seja ela qual for.

A graça é o que nos livra da “carne” e de suas obras sendo que a lei ,apenas faz com que a carne e suas obras se tornam cada vez mais “doces” e desejadas.

A graça é que nos faz comer com” gentios”, não segundo Pedro que ao chegarem “os da parte de Thiago” apartou-se, mas sim segundo Paulo que sendo “judeu” vivia como “gentio” sem fazer de qualquer homem um “judeu-gentio” ou um “gentio-judeu” posto que Deus não faz acepção de pessoas e não vê a aparência do homem pois todos somos seres caídos e carecidos da graça.

A graça é que nos ensina que os “frutos” são do Espírito e não nossos e entre esse frutos esta incluso o “Domínio próprio” que nada tem haver com a auto santificação , mas sim com a entrega do ser ao tapeceiro da vida para seu Espírito me conduzir ao domínio de minha natureza caída .

A graça é o que nos conduz a “correr bem” conforme Paulo elogia a situação anterior dos da galácia. A lei nos trás aperfeiçoamentos carnais que nada mais são do que nossa justiça própria se auto gloriando de correr bem , de guardar dias , festas , sábados , domingos, de não comer isso ou não beber aquilo conforme nosso instinto pagão de “deus”.

A graça gera vida em abundancia . A lei gera abundancia de morte.

A graça manifesta resposta no coração,mudanças no interior que se expressam em atitudes em amor. A lei e seus derivados, mudam o exterior e, Oxalá se mutilem os que ensinam tal rebeldia contra a graça.

A graça é o divisor de águas entre a palavra viva e a letra morta.

A graça é o que divide os encontros amorosos , fraternos , espontâneos e solidários dos encontros de hora marcada , de agenda religiosa e de interesses diversos.

A graça é que nos livra do cinismo , da indiferença a Deus. A lei ( ao contrario do que estava sendo ensinado pelos judaizantes os da galacia), apenas mascara o pecado tornando-o agradável aos olhos da alma, criando uma seletividade do pecado onde os pecados morais são “combatidos” como atestado de “santidade” enquanto o interior se corrompe em toda sorte de cobiças e desejos que são camuflados em frases feitas e atitudes hipócritas.

A graça nos ensina a corrigir com “espírito de brandura” . A lei nos ensina a “disciplina-porrete” no lombo do outro pois não se carrega a carga uns dos outros mas se aumenta a carga do outro sem ao menos um dedo de alivio.

A graça nos ensina que nem a “circuncisão é coisa alguma” e nem a “incircuncisão” mas o ser nova criatura . A lei e seus derivados precisam de mutilações , mascaras, performances , estereótipos para por eles viver e ser. Na graça só se é o que se é Nele.


Enfim , não é possível que ainda se fale em nome de Paulo o que Paulo nunca ensinou , ou seja , a manutenção da lei como método de ensino e vida. Não ! Paulo nunca ensinou tal coisa. Não Usem o nome de Paulo em vão. Pior , não usem o nome de Deus nisso!

É tempo de aceitar a graça e isso inclue o ser responsável por ela em si mesmo pois cada um levará seu próprio fardo sem confundir liberdade com libertinagem e sem cultuar a liberdade. Fardo esse que vem do mestre que é manso e Humilde de coração pois seu julgo é suave, seu fardo leve e nunca enfadonho.

Por fim , Paulo deixa claro que a Graça é melhor do que a vida e a única coisa capaz de nos livrar de nós mesmos.


Carlos Clay
15/07/07

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