22 de março de 2010

OS RUDIMENTOS DO MUNDO

Durante muitos anos sempre que lia esta expressão “rudimentos do mundo” nas cartas paulinas, o único referencial que tinha era aquilo que é considerado mundano pela maior parte da igreja evangélica fazendo uma referencia direta ao tipo de vida que tinha antes. De tão condicionado a pensar conforme me fora instruído nunca consegui visualizar o que realmente tal expressão trazia como sentido do evangelho para mim.

Nas palavras do próprio apostolo: “Não toques, não proves, não manuseies? Todas estas coisas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne”.

Ora tal satisfação carnal é para os que se valem desse rigor ascético como forma de “santificação pessoal”, termo comumente usado entre muitos cristãos, porém o que fazem conforme Paulo é só se aperfeiçoarem na
carne.

Hoje ao ler-entender fica bem claro o seguinte:

Não é de tais coisas de que se preocupava o apóstolo. Ele relacionou os rudimentos à volta ao passado. Muitos que haviam crido estavam retornando as obras mortas de antes, como o que beber, comer, dias de festas e dias santos como o sábado, que no nosso caso é o domingo. Haviam decaído da graça e estavam novamente se aperfeiçoando na lei, sujeitando-se a ordenanças, como se vivessem no mundo.

Esse mundo para Paulo era bem diferente do nosso. Tinha haver com as obras mortas, preceitos de homens, guarda de ordenanças, circuncisões, enfim a um retorno ao passado governado pela lei e não pela graça. Isso fica bem claro tanto na carta aos Gálatas como aos Colossenses. Depois ele acrescenta as obras da carne: “a prostituição, a impureza, a afeição desordenada (paixão), a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria”. “Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros”.

Assim de uma maneira ou outra estas imperfeições, em maior ou menor grau, existem em nós e precisamos despojá-las. Porém isso não é em um único dia, como num passe de mágica, mas fruto de um andar no Espírito, onde somos aperfeiçoados no dia a dia até alcançarmos o Dia Perfeito. E se pecarmos, temos um advogado diante do Pai, Jesus Cristo o Justo. E se dissermos que não temos pecado, fazemos de Deus um mentiroso.

Portanto não há justos, nem um sequer. Existem pessoas sendo justificadas no dia a dia, à medida que caminham vão sendo limpas para que possam dar mais frutos. O corpo está limpo pela palavra, mas os pés precisam ser lavados no dia a dia, e isso devemos fazer uns aos outros.

Assim olhando para o alto onde Cristo assentado está, pensemos nas coisas que são de cima e não nas terrenas e tendo os corações purificados pela palavra, deixemos os rudimentos do mundo bem como as obras da carne e sigamos em frente nos aperfeiçoando em amor uns para com os outros e para com o Pai.



11 de outubro de 2008.

Délio.

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